sexta-feira, 8 de junho de 2012

O chicote bravio

Da Casa Grande grita o meu senhor, de quem eu nunca vi Sinhá!
"Vocês trabalham hoje, amanhã e quando eu determinar!"
Meu amigo, Banto, fitou-o com ódio ao lembrar-se do lado de lá
Nossa terra, onde nos dias sagrados podíamos descansar

Da Senzala, palavras chulas são dedicadas ao meu senhor
A quem, apenas com outro senhor, tenho visto
Ele ouviu nossas palavras e saiu de sua casa, com furor
Porque percebeu que, entre seus pertences vivos, era malquisto

Meus irmãos da cor estavam desesperados pelo meu destino
Meu senhor arrastava-me pela fazenda, através do canavial, até o pelourinho
Estava ele a ponto de me punir pelo desatino
Dizendo que eu sofreria um castigo, um castigo "levinho"...

E dizia: "Sou vosso dono, sois meus animais"
Concluiu com uma frase tenebrosa
"Vocês devem produzir para mim, sob o olhar furioso do capataz"
É... Assim segue a vida dos escravos daquela figura odiosa


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