domingo, 17 de junho de 2012

Resenha: Com "Indestructible", Disturbed chega a um novo patamar

Na ativa desde 1995, o Disturbed sempre focou o seu som num rock pesado com características modernas, e uma cozinha cheia de "groove", com o baterista Mike Wengren quase sempre seguindo o ritmo ditado pelo guitarrista Dan Donegan ou pelo baixista (o atual, John Moyer, substitui o baixista original Steve Kmak, que saiu da banda em 2003). Depois do aclamado "The Sickness", do envolvente "Believe" e do excelente "Ten Thousand Fists", o Disturbed coroa sua belíssima evolução musical lançando, em 2008, o álbum "Indestructible".

O álbum parece ter saído de uma mistura perfeita entre elementos característicos dos três primeiros álbuns de estúdio da banda. Possui a raiva do debut "The Sickness", a emoção  de "Believe" e a técnica de "Ten Thousand Fists", além do franco amadurecimento musical de David Drainman e companheiros.

O álbum inicia-se com a faixa-título "Indestructible", que é um hino à auto-motivação. Frases como "I´m an indestructible master of war" e "My true vocation, and know my unfortunate friend, you will discover a war you're unable to win" são acompanhadas de riffs poderosos, pesadas linhas de baixo e uma bateria cheia de groove. É uma música empolgante que mostra caminhos musicais que ainda não tinham sido percorridos pela banda nos três primeiros álbuns.


A segunda faixa chama-se "Inside the Fire" (que foi o primeiro single do álbum), uma canção que foi inspirada numa triste história envolvendo o suicídio de uma antiga namorada do líder da banda. Novamente vemos uma letra forte, um "energético" acompanhamento musical que consegue "animar" a quem escuta, apesar do delicado tema abordado.


As faixas 3 e 4, "Deceiver" e "The Night", são provavelmente as mais pesadas do álbum, onde a banda explora ritmos um pouco mais pesados e rápidos, ao mesmo tempo em que descarregam refrões extremamente melódicos e densos. A faixa 5, "Perfect Insanity" é uma versão moderna de uma música grava nos primórdios da banda. A propósito se pudéssemos escolher uma música da banda que justificasse o  porquê de a banda se chamar "Disturbed", seria essa: ela é praticamente uma auto-declaração de loucura.


Três das quatro próximas faixas (com exceção de Enough, que é bem "animada") são, provavelmente, as mais sombrias do álbum: "Haunted", "The Curse" e "Torn". "Enough" possui um groove mais "pula-pula", é uma canção muito bem escrita, pesada e ritmada, talvez posta entre essas quatro para quebrar um pouco o clima "pesado" da sequência. Entretanto, apesar desse caráter "sombrio", Haunted, The Curse e Torn são ótimas faixas.


O álbum segue para o seu final com as boas e diretas "Criminal" e "Divide", e fecha-se com chave de ouro com a vibrante "Façade". Sem dúvida nenhuma, este cd foi um dos melhores lançamentos no rock/metal de 2008, pois mostrou uma banda que sabe como manter-se íntegra às suas origens e evoluir sem prejuízo da qualidade do som que produz. Foi através deste trabalho, penso eu, que o Disturbed firmou-se como uma das grandes bandas modernas e, apesar do atual hiato, acredito que ela nos brindará com muitos outros futuros bons trabalhos.


Nota: 9,5/10,0


Disturbed é:
David Drainman - vocal
Dan Donegan - Guitarra
John Moyer - Baixo e backing vocals
Mike Wengren - Bateria


----------------------------------------------------------------------------------------------------------
O Blog Desordem Mental é um blog de variedades que procura passar aos seus insanos leitores conhecimento de qualidade e bons textos. Visite as outras seções do blog, e comente os textos. Agradecemos muito a sua visita!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lembre-se: Comentários são muito bem vindos quando visam acrescentar aos textos mensagens de relevância e de gosto compatível com o texto publicado, mas não o são quando são em tons pejorativos ou de incompatibilidade total com o texto. Agradecemos a compreensão.