segunda-feira, 25 de junho de 2012

Última chamada

Beijei-te com todo o desejo de minh´alma
Tomando suas delicadas mãos, te guiei
Com cuidado, para que não perdessemos a calma
Dos olhares indiscretos te salvei

Fui-me embora, depois de ti
Corria feliz pelas ruas, mas a dor já agia sorrateira
Minha menina se afastaria de mim
Nunca mais a veria solteira

Ao chegar em casa, de um jeito diferente ouvi sua voz
A doçura, plena e máxima, alcançava o céu
Despedi-me com um "até logo", partiu-se o "nós"
E o inferno, com quentes labaredas, deixou-me ao léu

Cheguei ao aeroporto, triste cena
Observava os portões, para ver se ela viria
Chorei! talvez tudo aquilo não teria valido a pena
Minh´ alma, há pouco tão cheia, jazia vazia

Eu já não passava de um morto-vivo
Que por tanto tempo mais defuntei que vivi
Faleceu também minha menina: Que destino altivo!
Diante do seu cadáver a velei, mas a ela não revivi

Seus ouvidos me são fechados
Sua alma encontra-se lá onde ninguém chega a pé
E eu estou de volta ao aeroporto, com ânimos redobrados
Aguardando uma supresa outra, com fé

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