sábado, 25 de agosto de 2012

Salve-me - Parte 6


Não demorou a chegarem no bar. O carro de Hélio estava lá estacionado, como havia sido deixado por ele na noite anterior. Hélio checou os bolsos e percebeu que estava sem as chaves, quando então lembrou que sempre deixava as mesmas com o barman, pedindo que este só lhe entregasse na saída caso estivesse em condições de dirigir. Entrou no bar e em menos de um minuto voltou com as chaves. "Vamos Rita, essa viagem prosseguirá no meu carro", e entraram então em sua tucson preta, imponente. "O que você precisava no seu carro?", perguntou Rita. Hélio não respondeu, apenas abriu o porta-luvas e retirou uma pistola taurus .380, carregada. Rita não precisou fazer mais perguntas. Estava obviamente assustada, e sentiu pena do marido, mas no mesmo momento num relance lembrou de todos maltratos que havia sofrido e aceitou a sentença que Hélio resolvia impor ao réu. "Ligue para o seu marido Rita, marque um encontro com ele". Rita apenas concordou, e ligou:

-Rita meu amor, onde você está?
-Eu vim para um bar...não me sentia bem, precisava beber, pensar.
-Sinto saudades coração, por favor, volta para casa.
-Não, agora não. Quero encontrar você para conversar.
-Conversamos em casa.
-Não. Me encontra dez da noite, na fonte na rua dos desenganos.

Então desligou o telefone. Eles tinham doze horas.






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